Procurei por sinais inequívocos de encrenca, tentei listar os maiores problemas, recapitulei meus passos pra detectar onde foi que pode ter dado merda e, olha que apesar dos primeiros quatro meses terem sido bem horríveis, o resto nem foi esse pandemônio todo. Arriscaria em chamar de ‘annus marron’.
Não acertei uma mísera quadrinha na MegaSena, George Clooney continuou ignorando minha existência e para piorar acabou se casando-se com aquela advogada britânica horrorosamente linda. Não falei nem dez por cento dos f***-se que eu deveria e gostaria de ter dito, e ainda faltou ver meu Brasil, (“nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não”) na direção de se tornar um lugar realmente civilizado pra se viver. Mas, pelo visto “fodeu de vez”, você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora, para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?
Reencontrei amigos, renovei e fiz novas e muito queridas amizades – e quem desdenha as redes sociais não faz ideia de quanta gente bacana, linda e interessante está espalhada aí por esse mundão de meudeus,só esperando uma chancezinha de nada pra virar seu amigo de infância – tive família, amores e amigos ao meu lado, recarregando minhas energias tanto ao vivo e a cores como pela virtualidade, fui a festas, batizados, aniversários, casamentos e tantas outras celebrações onde pessoas queridas estavam lindas e felizes e me fizeram linda e feliz junto com elas, fiz muitos brindes, vi ótimos filmes, li muito (como há muito tempo não lia), fiz pequenos passeios deliciosos, caminhadas na praia, fiz muitas fotos, ouvi muita música boa (porque eu não ouço música ruim, cof colf).
Mantive-me saudável e até a onda de perdas que andava rondando os meus nos últimos anos fez a delicadeza de dar um tempinho.
Então acho que eu tenho mesmo muito mais a agradecer do que reclamar. 2014 não receber um Oscar por seu desempenho, mas aparentemente me foi mais suave do que pra muita gente.
2015 chegou, com muitos (e alguns complicados) desafios, com problemões com os quais eventualmente teremos que lidar, bons projetos na cabeça e aquele inevitável otimismo que costumamos ter ao dar início a qualquer empreitada. Não tenho assim grandes pretensões, espero que os dias me sejam leves e que eu continue recebendo toda essa energia bacana que chegou até mim neste último ano. E que eu possa continuar retribuindo com a minha própria.
Um muito Feliz Ano Novo para todos nós!