Não é a primeira vez que falo sobre desapego aqui no blog. Descobri ao longo do tempo que exercitar o desapego é um hábito que acontece de dentro pra fora, não adianta forçar deve acontecer como um tratamento – Você quer parar de fumar? Quer emagrecer? Quer ter uma vida mais saudável? Você sabe o que tem que fazer. Desapegar é libertador. Mas, dói eu sei.
Lembro da dificuldade que senti quando comecei a minha fase de destralhe e de cara percebi que jogar coisas estragadas ou velhas e que não serviam mais era só a ponta do iceberg. O exercício tem graus de dificuldades diferentes.
Somos tão apegados a certos comportamentos e hábitos que nem nos damos conta. Carregamos sem perceber pensamentos que já não servem mais, conselhos e crenças que não fazem mais sentido, o que pode ser consertado, refeito, mudado, mas que já não nos cabe mais entende?
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) desapegar de recordações que machucam, de sentimentos e às vezes até de pessoas.
Jogar fora o que te pesa e te afasta cada vez mais de você mesmo. É mais ou menos como destralhar a casa, chega uma hora da vida em que é preciso sacudir os tapetes, as cortinas, arrastar móveis e faxinar todos os pontos em todos os cantos para que o novo seja bem-vindo quando a poeira sair, para que a mudança se concretize e a gente possa de fato sentir a leveza que dá na alma quando só fica o que realmente importa e nos faz bem.
Praticar o desapego não é uma tarefa fácil, mas a cada descarte nos sentimos mais leves, mais conectados com o universo nos lembrando sempre de que há espaço sim para o que tanto buscamos. Só deve ficar o que realmente nos faz crescer e evoluir em direção ao nosso propósito maior de sermos nós mesmos em todos os momentos. Não deve haver espaço para restos; metades ou partes de nada nem ninguém.
Desapegar é deixar morrer o que for preciso para que entre mais vida na nossa vida.
Encerrar um ciclo. Inventar um novo começo.
E é desse espaço que a gente precisa. Ou não?